sábado, 17 de agosto de 2013

pombo engano...
ontem mesmo ou
anteontem
no ombro do ano
passadoeste
portamento
esta torre
é humana

nota tome
nota tometombe anote

lembre lembre
do veneno
do engano
esganando
pra rever-te
verso olvido
te varreste?
da memória?
te varreste?

já previsível fúria,
mágoa passe, pois ela
é qual craca que atrela-se
e nunca mais desgruda.
a mais graúda espátula
e a mais afiada lâmina,
embora tentem, sangram-te:
jamais te raspam raivas,
cracas que jamais secam...
então livra-te logo
de remoer-te remoer-te
até que o mar deserte-se,
até o teu próprio óbito ou
o último verso deste.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

aurélio ludilírico



I

vol´vel vogal
não está mais aqui
foi se esconder no quintal?
ou se enterrar no jardim?

vol´til voga
aonde é que est´?
foi ` beira do mar?
ou ` margem do rio?
qual chá de sumiço
bebestes, ´,[o]?
´, metacromático
fonema oculto!
vogal invis´vel,
fonema indiz´vel,
surdomudo [i],
foi pirlimpimpim?
e como escrevˆ-las?
tão imperceptíveis?
como conceb^-las?
ó, letras ignotas…



II


vol´til voga
aonde ´ que est´?
foi ` beira do mar?
ou ` margem do rio?
e como escrevˆ-los?
o impercept´veis?
como conceb^-los?
,letras ignotas…
vogal invis´vel,
fonema indiz´vel,
surdomudo [i],
foi pirlimpimpim?
qual ch´ de sumiço
bebestes, ´,[o]?
´, metacrom´tico
fonema oculto!
vol´vel vogal
o est´ mais aqui

foi se esconder no quintal?

ou se enterrar no jardim?










terça-feira, 28 de maio de 2013

    pra chorar cubro rosto de lágri,mas
      translúcidas mostram minha pena,
           essa pluma que cócega e torta
             me tortura, ó lágri,mas puras
    que me velam sob cristaliníssima e
           sagrada e líquida madrepérola
(numa morna e então mormaçoterma
             clara e vera máscara serena),
         e revelam meu mais verdadeiro
                      e 1° segredo, sou feito
                     quase inteiro, uns 80%,
          desse sal, dessa água salgada,
a enciclopédia me refez, de tomo em tomo
foi distanciando a realidade das memórias
e foi trocando lente e lente do agora
bem mais escuro que color e transparente
estar presente, e vivendo cada instante
desde o seu antes, seu durante e decorrente
(enciclopédia novamente separando
cada meandro deste ser vivo e ciente),
de tomo em tomo pôr tijolos sãos e doutos
de muro a muro taxinômio da ciência
enciclopédia enturva toda transparência
nestas sentenças insistentemente esmurra
nomenclaturas, tão avessas às rasuras,
e das mesuras fez-se um forte, coma a coma;
a somatória? nada mais vejo ouço ou mundo
neste insistente pensamento que me doma.
muito mais me interessa uma maçã
do que todas essas pedras lunares
se o espaço atravesso, a escassez dos lares,
todo o universo, se inverto o amanhã
uma maçã ainda mais me interessa
que a matéria negra, poeira estelar,
que os nomes já dados, nomes por dar
mais que todo avanço, que toda pressa...
sempre a passar e ultrapassar luzanos
o saber humano, essa espaçonave,
não destrava o grão mistério em questão
e mesmo neste tempo, alem do quando,
e donde é um tanto menor o jamais,
por que existes e tombas, ó maçã?

segunda-feira, 1 de abril de 2013

horrorosos vidros verdes nas janelas,
carros monstruosos quase me atropelam
se amarelam luminosos tricolores,
dos motores roncam pavorosos cantos
ensurdecedores requiens ruidosos,
mas saudosos desde flores, líquens, rochas
à saúde, desespertadores gritam,
emudeçam surdos sinos dos horrores